Uma resenha pronta pra ser lida por quem se interessar pelas causas da grande depressão de 2008 iniciada nos EUA. O artigo base é " Produtividade que mata" de Henry Mintzberg. Aproveitem a leitura.
Sempre houve muitas explicações sobre os motivos da grande
depressão de 2008 nos EUA, ou seja, uma série de fatores que se aglomeraram e
caíram no ano de 2008. Os que muitos especialistas não foram capazes de
entender foram que, apesar de tudo, a economia parecia ir muito bem. Como
mostravam algumas manchetes da época. Porém, foi possível notar também, a
preocupação com os resultados do agora, e não com uma garantia do futuro. A única
coisa que valia era a mensuração do desempenho das empresas. O texto mostra
isso claramente, quando fala da obrigação na época, de empresas de companhias
abertas mostrarem seus resultados a cada 3 meses.
Pelos fatos citados, foram vistos então que esta busca incessante
dos EUA por produtividade estava destruindo o país. Nada mais se levava em
conta, o empreendedorismo estava para trás. O corte de custos chegou a um
patamar insustentável, a ordem da maioria das empresas era demitir funcionários
e vender a partir do estoque. A desculpa de maximização do “valor para o acionista” era falha também.
Este mesmo valor descarta qualquer direito que o acionista viesse a ter. O que víamos
então era uma forte centralização de poder dos CEOs como nunca antes vistas,
tudo isto se resumiam em desculpas para responsabilizar o mesmo por todo o resultado
da empresa. A idéia de liderança heróica, que tinha como exclusiva preocupação
servir o mercado financeiro era o carro chefe da época. Uma só pessoa que
levasse toda a empresa a elevar os resultados financeiros em curto prazo da
empresa, não importasse os meios.
Todas as formas de cortar gastos da empresa para aumentar o
desempenho eram aplicadas, diminuição da qualidade dos produtos e serviços,
fusões de empresas, demissões de funcionários a todo custo. A preocupação com
as pessoas que trabalhavam nas empresas eram nulas também, a preocupação com a experiência
e com o quanto as pessoas se empenhavam em seus trabalhos não importavam. Levar
o conhecimento da empresa para fora dela, também não importava. Tudo que se
via, era uma demissão atrás da outra.
Apesar de tudo, havia medidas que podiam ser feitas a fim de
evitar o caos de 2008. Algumas delas eram diminuir o controle do analista
financeiro nas empresas, já que elas quase giravam em torno deles. Levar mais
em conta a “governança corporativa”. E manter os mercenários e aproveitadores o
mais longe possível das organizações, o que acontecia exatamente o contrário.
Agora o importante é sempre ficar de olho, e perceber a importância
da saúde corporativa e da liderança que se importe com a empresa e tudo em sua
volta, não com a obtenção de lucros a todo custo. É essencial o trabalho em comunidade,
preocupar-se apenas com fins monetários não mantêm nenhuma empresa em pé por
muito tempo. Saber da importância social pode ter o poder de alavancar empresas
e sustentá-las por um grande período de tempo.
Texto: Bianca Junqueira Costa Pereira
Fonte: MINTZBERG, H. Produtividade que Mata. GV-executivo, v. 6, n. 6, nov-dez, 2007.


Bom, como toda atitude carrega uma história por trás, penso que essa postura dos CEOs dos EUA foi fortemente influenciada pelo estímulo ao individualismo que existe nesse país, sem falar da tradição positivista e calculista, ou seja, a origem dessa crise pode ter acontecido muito antes de 2008.
ResponderExcluirConcordo com o comentário acima, da Mariana. A politica de competitividade e individualidade é muito pesada e isso gera a cultura que o pais está vivendo hoje, com todos seus benefícios e crises
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