terça-feira, 20 de maio de 2014

Empresa Humanizada.Mito ou verdade?

Visto que o assunto é muito comentado e badalado nas grandes empresas, percebemos a necessidade de aprofundar no assunto. Abaixo o texto do Caio, nosso novo redator do blog.

Em pleno século XXI, vivemos em um mundo tomado pelo capitalismo, no qual grande parte das pessoas e organizações estão inseridos. Os seres humanos se tornaram cada vez mais gananciosos e consumistas, adoram gastar muito dinheiro com futilidades e na maioria das vezes gastam mais do que podem, apenas para “se mostrar” para o restante da sociedade e apresentar um certo “ar de superioridade” em relação as demais pessoas, ou seja, muitas pessoas querem viver de aparências e demonstrar status, por isso se tornam escravos do consumismo impulsionado pelo capitalismo. Por outro lado, existem as organizações tomadas pelo desejo de maximizar o lucro de seus acionistas a qualquer modo. 



Em geral, para que as empresas consigam atingir seus objetivos, as mesmas exploram o máximo possível os seus funcionários para que trabalhem de maneira produtiva, sem se preocupar com as possíveis consequências deste trabalho “exploratório e forçado”. Entretanto, na maioria das vezes “o tiro sai pela culatra”, pois a grande exploração do fator humano por parte das empresas, acarreta em um desgaste físico e emocional dos funcionários, pois os mesmos começam a se sentir cansados, deprimidos, insatisfeitos com o trabalho, não suportam mais trabalhar sobre pressão e por estas razões alguns funcionários se desligam das empresas ou começam a trabalhar com má vontade, de forma improdutiva, abaixo de sua real capacidade de produção. O descontentamento dos funcionários com o ambiente de trabalho gera grande prejuízo para uma organização, pois reduz o potencial produtivo das mesmas e, portanto, influencia negativamente no s lucros da organização.

Além do mais, muitas empresas não se preocupam com a questão da sustentabilidade, ou seja, degradam o meio ambiente por meio de suas ações como desmatamento de fauna e flora (vegetação nativa de determinada região) para a construção de fábricas e consequentemente isto acarreta na morte de muitos animais nativos da região devastada. Além do mais, as empresas de segmentos como indústrias, construção civil, petroquímica e energia emitem gases poluentes na atmosfera por meio de suas atividades, causando muitas alterações climáticas como o efeito estufa, chuva ácida e aquecimento global. Estes gases também se tornam nocivos à saúde humana.

Após a apresentação dos fatos anteriores que nos remetem a uma visão negativa das organizações quanto a suas atividades, também devemos levar em consideração o lado positivo de algumas empresas, que foram capazes de perceber os prejuízos causados pelo capitalismo exacerbado e tomar ações corretivas quanto a estes fatos.

Algumas empresas “humanizadas” adotam critérios de sustentabilidade para sua gestão, apresentando políticas de gestão ambiental na área da qualidade, recursos humanos, no relacionamento com seus clientes, funcionários e fornecedores. Estas empresas preocupam-se com o bem estar de seus funcionários, prezam pelo cumprimento da ética e procuram oferecer benefícios para seus colaboradores, ou seja, as organizações humanizadas buscam tornar o ambiente de trabalho mais flexível e menos cansativo e satisfatório, tentando aliar o útil ao agradável – a empresa oferece condições de trabalho saudáveis ao funcionário, sem explorá-los, valorizando-os e estes por sua vez, trabalham com um nível de satisfação elevado, aumentando a produtividade. No que tange os aspectos ambientais, estas empresas procuram causar o menor prejuízo possível ao meio ambiente, utilizam fontes de energia renováveis para realizar suas atividades, se preocupam em realizar a coleta seletiva para reciclagem do lixo, adotam programas de qualidade como o 5S, com sensos como limpeza, organização e seleção, financiam projetos de sustentabilidade como educação de crianças e jovens quanto a questões relacionadas a preservação do meio ambiente, praticam o reflorestamento em regiões devastadas, associam-se a organizações de proteção ambiental como a WWF - World Wildlife Fund” (Fundo Mundial da Natureza), etc.

Diante destes fatos, nota-se que existe um paradoxo entre as empresas “humanizadas” e as empresas que visam apenas a exploração do trabalho humano e o lucro. Sempre haverá empresas que não se preocupam com o bem estar dos funcionários e que não se preocupam com os aspectos socioambientais, valorizando de fato o ideal capitalista. Entretanto, com o tempo, muitas empresas perceberam a necessidade de mudança e buscaram se tornar mais sustentáveis e humanas. As empresas humanizadas notaram que suas ações politicamente corretas em relação ao ambiente de trabalho e ao meio ambiente se tornaram um fator de diferenciação no ambiente de negócios, onde elas são vistas com bons olhos, sem perder a competitividade de mercado.


Texto: Caio Cesar
Fonte: VERGARA, Sylvia Constant. Empresa Humanizada: a organização necessária e possível. Rae - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 2, n. 41, p.20-30, 01 abr. 2001. Trimestral.


                     


                       

3 comentários:

  1. Acho que a empresa humanizada é um pouco mito! Penso que muitas empresas se tornam assim em busca de uma melhor imagem perante a sociedade e também forma de reter talentos

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  2. Acho que falta uma boa parte de "humanização" das empresas e principalmente das próprias pessoas. Mesmo que grande parte não acredite, ao menos as pessoas deveriam tomar atitudes positivas desde que seja para tornar mais lucrativa e reconhecida do que não assumir responsabilidade pelas próprias atitudes. As empresas possuem grande influência sobre as pessoas, e poucas pessoas detentoras de capital possuem poder de controlar a grande maioria. A questão permanecerá a mesma até as pessoas deixarem de serem egoístas e acharem tudo inevitável. As pessoas devem tomar atitudes "humanizadas" em qualquer que seja o momento para depois começarmos a pensar nas atitudes das pessoas como administradoras.

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  3. A humanização ainda é um utopia, porém as empresas vêm se esforçando para contribuir para um organização mais humanitária que é bem diferente. Espero que um dia possamos ter esse tipo de organização para os nossos filhos.

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