terça-feira, 1 de julho de 2014

Ética na Demissão: Questão de Moralidade

Olá pessoal, ficamos um tempinho sem postar né mas, foram grandes emoções, prova de PO, pênaltis nos jogos da copa, feriado ... ai ai mas agora, voltamos com gás total! E quem vai "conversar" conosco hoje é o Lucas que traz um assunto bem chato e que ninguém gosta: Demissão. Manda ver Lucas!

Demissões são fatos corriqueiros no âmbito empresarial, acontecendo todos os dias pelos mais diversos motivos. É, no entanto, um momento delicado, pois lida com o ser humano, e uma porção de elementos que o acompanham, como aspirações, sentimentos e expectativas. Porém, um fato já amargo por natureza, pode, pela maneira que ocorrer se tornar adicionalmente repulsivo. 
Muitas empresas parecem ignorar o fato de que a dignidade humana deve ser preservada, e se sentem no direito de desrespeitar pessoas nesse momento complicado que elas passam. Demissões por telefone, e-mails, cartas, telegramas e outros meios despersonalizados, se configuram em frias formas de se avisar que ‘’seus serviços não serão mais utilizados pela nossa empresa’’. Muitas vezes, nem mesmo um feedback é dado ao funcionário, que fica sem entender o porquê de estar sendo demitido. Logicamente, o efeito de tal ação é devastador, e o (ex) funcionário se sentirá muito mal, já que juntamente ao fato de estar sendo desligado, não foi digno de merecer uma singular dispensa através de uma conversa cara-a-cara com seu gestor. 
Antagonicamente às tais atitudes expostas até aqui, no vídeo do palestrante Mário Persona, que se encontra nesta postagem, ele demonstra noções de como uma demissão deve ocorrer sem maiores traumas, primando pelo bom senso, profissionalismo e, acima de tudo, respeito.

É verdade, não existem leis determinando que empresas privadas cumpram o dever de serem morais, de ter cortesia ou ainda de tratar sua mão-de-obra com o mínimo de respeito. Mesmo na administração pública, cercada de leis, decretos, e princípios visando estimular o comportamento ético, legal e moral, afinal, se trata de coisa pública, tais normas codificadas não a torna livre de muitos acontecimentos imorais. O ponto é que a moralidade de muitos gestores hoje é questionável, não apenas pelo descaso ao lidarem com uma demissão de forma desumana.  
Outros fatores que exemplificam tal circunstância são: alta-rotatividade do quadro de funcionários , as demissões em massa que vêm ocorrendo, fruto de reengenharias ocorridas nas corporações e a prática de demissão indireta, que ocorre quando o gestor busca infernizar a vida do funcionário, com o propósito de provocar o pedido de demissão. Tais acontecimentos tendem a continuar, pois empresas sempre procurarão alternativas que impliquem em enxugamento nos gastos e no aumento da receita, e sempre que possível, sendo subtraída a mão-de-obra, que, diga-se de passagem, é muito cara para os empresários brasileiros devido aos pesados encargos trabalhistas. 
Em uma recente entrevista, divulgada no sítio eletrônico UOL, (http://olhardigital.uol.com.br/noticia/40863/40863) Bill Gates afirmou que a substituição da mão-de-obra através da tecnologia promoverá grande número de demissões em massa já nos próximos 20 anos. Cargos de motoristas, garçons, e até de enfermeiras poderão, no futuro, ser substituídos por simples softwares. Ele ainda afirma que com a demanda bem menor, provavelmente os governos terão que conceder benefícios para que empresas recorram à mão-de-obra humana ao invés de automatizar. Pois bem, a tecnologia, que sem dúvidas é muito benéfica na vida humana em diversos aspectos, se configura em um fator chave nessa discussão, pelo seu conhecido poder de mudança no cenário organizacional e consequente diminuição de gastos, que, aliada à frágil moral observada pelos gestores atualmente, pode sobremaneira trazer à tona um cenário talvez pior do que Bill Gates diz.  



E você leitor, como você acha que será o cenário do mercado de trabalho daqui 10 anos? Já parou para pensar nisso? Você tem se preparado para esse cenário? Como? Conte para nós!

Texto: Lucas Coutinho
Editor Chefe: Raquel Maranho
Revisador: Caio César Guimarães
Diagramador: Gustavo Nogueira

Fonte: MARIA ESTER DE FREITAS. São Paulo: Fgv, v. 46, n. 1, 01 jan. 2006. Trimestral.


Um comentário:

  1. As empresas representam um pequeno segmento de uma sociedade que está cada vez mais carente de ética e moral. Acredito que o mercado de trabalho ficará cada vez mais incontingente e devemos nos preparar muito para ele. Alguns se prepararão para o combate, para "dançar conforme a música", para sair à guerra que se encontra nesse mercado. Outros, porém, se prepararão para serem gestores diferentes, que agem de forma diferente a fim de alcançarmos organizações com o que consideram ser ética. Com o exposto anteriormente, exemplifico que ética e moral são fatores diretamente relacionados com os valores que cada um possui. Se seus valores são condizentes com se conseguir o que almeja a todo custo, pra você não há problema em passar por cima do outro em troca de algo que queira. Já se você não consegue conviver com essa ideia, pra você é melhor esperar para que surjam outras oportunidades.
    Complexo e profundo...
    Rs
    Mas enfim... as demissões também estão sujeitas a esse tipo de julgamento de consciência.

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