Olá caro leitores, hoje trouxe um texto de um novo colaborador do blog, o Rafael Figueira. Ele entende do negócio e trouxe para nós um texto repleto de informações das quais discutimos em uma aula passada. Espero que gostem!
Obrigada pelo espaço Bruno!Quero iniciar dizendo que, o artigo faz uma análise da influência que a Guerra Fria exerceu relacionado a disseminação das idéias, e da forma de pensar e ensinar o management no Brasil, pois trata-se de um período importante no qual houve a criação e o desenvolvimento da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.
O principal foco do artigo é investigar quais os aspectos influentes da forma de ensinar do sistema norte americano em relação ao ensino proposto desde a criação da EAESP. Pois, a Guerra Fria iniciara após a segunda Guerra Mundial, momento em que no Brasil se difundia o ensino da escola de administração no Brasil, meados da década de 1950.
Na Guerra Fria a ideologia adotada por EUA e
Soviéticos são opostas, enquanto a URSS adotava uma postura autocrática, onde
apenas uma parcela era detentora de poder e limitava as possíveis
oportunidades; o EUA, adotou uma postura democrática onde as pessoas tinham
liberdade e acesso as oportunidades, em meio a um mercado que valorizava o
empreendedorismo e a criatividade individual. Desta forma, todo o período
enquanto havia a guerra foi importante para a consolidação do pensamento de
management, partindo da ideologia norte americana até mesmo na efetiva
participação das autoridades governamentais do país, na qual envolveu-se na
criação da EAESP fornecendo apoio técnico e financeiro.O que impulsionou a decisão de criar essa escola, foi
a política externa do EUA através do Ponto IV que tinha como premissa auxiliar
áreas subdesenvolvidas mais fortemente influenciado pela Guerra Fria,
juntamente com o interesse dos governantes brasileiros atrelado ao
desenvolvimento nacional.
Assim, diante da parceria dos governos sob a
influência da guerra o foco era de criar uma escola exclusiva para o ensino da
administração de empresas. Mas a FVG sofreu bastante resistência naquele
período, pois eram contestados por líderes e profissionais de outras áreas como
marketing, finanças, engenheiros e advogados, partindo do ponto de vista que os
cargos que os futuros administradores formados pela faculdade iriam ocupar, já
eram ocupados por profissionais destas áreas já existentes.
Em contrapartida, a FGV continuou com esforços para consolidar
a EAESP e juntamente com o apoio do governo do EUA, governo brasileiro, intermediados
pela CAPES (Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior)
conseguiram materializar o projeto.
Durante muitos anos o material didático utilizado na
EAESP, era material norte americano. Dessa forma, com o passar do tempo viu-se
a necessidade de desenvolver material didático brasileiro, assim estabeleceu-se
uma parceria com a organização Ford Foundation com a EAESP com este objetivo.
Por fim, o curso de administração criado pela FGV
afetou criteriosamente outros cursos de graduação no país, e conclui-se também
que os currículos dos profissionais formados no Brasil tem mínima influência da
escola e dos preceitos da ideologia democrática e empreendedora do EUA durante
o período da Guerra Fria.
Texto: Rafael Figueira
Editor Chefe: Bruno Segatto
Revisora: Raquel Maranho
Diagramadora: Bianca Junqueira
Fonte: PINHO, José Gomes de. GUERRA FRIA E ENSINO DO MANAGEMENT NO BRASIL: O CASO DA FGV-EAESP. Rae: Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 3, n. 52, p.284-299, 01 maio 2012. Bimestral.
Parabéns Rafael e ao grupo pela postagem, bom acredito que sem dúvidas o sistema de ensino brasileiro principalmente na nossa área de estudo sofreu influências fortes do sistema americano, principalmente depois da guerra fria como explicitado acima. O modelo se baseia muito no dos EUA, porém com uma estrutura não comparável a dos americanos.
ResponderExcluirTivemos uma forma de ensino baseado nos padrões americanos. Fomos financiados por eles e isto nos abriu portas. Tivemos sorte e sabedoria de ter os Estados Unidos como nossos tutores, por serem democraticos, por serem capitalistas e globalizados. Mas ainda estamos muito atrás dos americanos quanto ao assunto estrutura e qualidade, bem como disse o Alexandre Marcos. Precisamos ainda trabalhar muito para ser comparados a eles.
ResponderExcluirAcho que o fato dos norte-americanos terem financiado o ensino da administração no Brasil fez toda a diferença, tendo em vista que o governo brasileiro não seria capaz de implantar isso sozinho por não ter conhecimento suficiente e além disso não tinha quem financiasse essa nova escola. A questão a ser pensada é que o modelo precisa passar por adequações, uma vez que as estruturas econômicas, políticas e culturais dos dois países envolvidos são diferentes, e um modelo que deu certo lá nem sempre dará certo aqui.
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