O curso de Administração carece de urgentes mudanças.
Existem velhos paradigmas que necessitam de alterações. Devemos reconhecer o
esforço de algumas universidades e integrantes de corpos docentes na tentativa
de inovar no ensino da Administração, incorporando mais elementos que a simples
teoria jogada no quadro e as tradicionalíssimas avaliações. Através de
atividades que estimulam importantes atributos na vida profissional de um
futuro administrador, citando exemplos como senso crítico, percepção de
liderança, e tomada de decisões, capacita-se de maneira mais completa esses
profissionais. Porém, há de se
reconhecer que são poucos os que nadam contra a maré da mesmice observado nas
escolas de Administração. A divisão de estudo da maneira como é geralmente
feita nos cursos de Administração, pouco beneficia seus alunos. Em um currículo extenso, ao terminarem o
curso, os alunos ficam perdidos, sendo obrigados a, sozinhos, estabelecer
conexões entre elas, sendo pouco ou nunca estimulados a desenvolverem essas
assimilações durante a vida acadêmica. Uma interessante metodologia de ensino a
ser integrada seria o encorajamento do aluno a pensar na integralização de
disciplinas do curso, que, de maneira tradicional, são simplesmente lecionadas
por cada professor, sem estimular os alunos a pensar em problemas que unam
conceitos e práticas a serem desenvolvidas, e que foram vistas ou aprendidas em
outras disciplinas. Até mesmo
disciplinas que não estão diretamente ligadas à Administração, mas são
importantes para que o futuro administrador desenvolva percepções relevantes,
deve ser cuidadosamente direcionada ao âmbito da ciência administrativa. Mas,
de modo geral, o que se observa nas escolas de administração é algo
mecanizado. É importante, em um curso
como esse, a visualização dos conceitos estudados em sala de aula no cotidiano
de empresas, e o desenvolvimento do entendimento das interações entre os
variados conceitos vistos em uma grande quantidade de disciplinas. A falta de aplicação
do que se aprende na escola de administração se configura em uma frequente e
velha crítica dos alunos desse curso: é muita teoria, e pouca prática. Tal
crítica pode sim ser clichê, porém tem fundamento, e para a resolução desse
problema poderiam surgir parcerias entre universidades e empresas, tanto com as
públicas como com as privadas. Essa união poderia ser benéfica para ambos os
lados: As empresas poderiam usufruir do aprendizado proveniente desses novos
profissionais, e os alunos, com a devida orientação, poderiam vivenciar situações
que apenas veem nos livros e aulas.
Porém, nesse processo de mudança, não podemos ignorar o papel do
estudante, que deve sair de uma posição passiva e na tentativa de modificar a
situação, fazer sua parte em buscar aprendizado, se adaptando de maneira
positiva ao mecânico ensino das escolas administrativas. Por fim, o perfil do
administrador que o mercado hoje necessita não é o mesmo que o de antes.
Infelizmente, os cursos não estão acompanhando as mudanças, e o resultado dessa
discrepância entre a oferta de conhecimento e demanda da realidade, é a
desatualização e incorreção da maneira a que o profissional de Administração
está sendo construído.
Lucas Coutinho
Muito bom o texto, essa tema mostra o quanto os administradores podem perder com a falta de atualização do conhecimento, a falta de conexão entre as disciplinas lecionadas, entre a teoria e a prática. Agora, já que não se vê pretensões de mudanças em relação as escolas de Administração, cabe ao aluno correr atras e nadar contra a maré como foi dito no texto, assim tentando se diferenciar em um mercado tão saturado de administradores que se formam como se fossem maquinas que saem da fabrica, de forma padronizada e sem capacidade de se adaptar as necessidades do mercado de trabalho.
ResponderExcluir